Cultura e Religião

NOSSA SENHORA DO CARMO - PADROEIRA DA ALDEIA DE CORGAS

Porque a cultura e as tradições são também feitas de religiosidade e, no caso das Corgas essa afirmação é ainda mais verdadeira, pretendo, sem qualquer motivação que não seja cultural, dar a conhecer-vos a origem e o significado do culto a Nossa Senhora do Carmo e aos bentinhos, os dois merecedores de grande carinho e devoção do povo das Corgas.

Nossa Senhora do Carmo CorgasA Padroeira da aldeia de Corgas é a Nossa Senhora do Carmo, ali venerada, desde sempre, na capela com o mesmo nome. Primeiro na pequena igreja erigida no lugar que se chama da Capela, que sendo pequena era muito bonita, com o seu chão de madeira e o altar com pormenores de talha dourada. Com a construção da Igreja Nova, também dedicada a Nossa Senhora do Carmo e com a transferência para esta das imagens e do culto a velha capela ficou ao abandono e foi objecto de vandalização, acabando por ser destruída e dar lugar ao actual centro paroquial e social. A invocação e festa a Nossa Senhora do Carmo celebra-se no dia 16 de Julho, como aliás acontece em toda a igreja Católica. A festa anual da aldeia, precisamente em honra de Nossa Senhora do Carmo, acontece no fim de semana mais próximo do dia 16 de Julho. Em particular na aldeia das Corgas, onde é grande a devoção a Nossa Senhora, os habitantes guardam rigoroso respeito e feriado, abstendo-se de trabalhar nesse dia.

Hoje as obrigações laborais do trabalho subordinado não são muito compatíveis com tal prática, mas outrora, quando os habitantes trabalhavam na agricultura e por conta própria, o dia 16 de Julho era respeitado como se de um dia santo se tratasse. O Título de Senhora do Carmo vem desde o século XIII, e é alusivo ao culto que alguns cruzados eremitas dedicaram a Nossa Senhora, no monte Carmelo, na Palestina, e que mais tarde passou a ser invocada sob o nome de “Nossa Senhora do Carmo” ou “Nossa Senhora do Monte Carmelo”. Com a conquista da Palestina pelo mouros e a consequente expulsão dos cruzados, estes levaram consigo, para Inglaterra, alguns desses eremitas (Carmelitas) que testemunhavam com o seu exemplo e vida sacrificada essa devoção a Nossa Senhora do Monte Carmelo. Atraído pelo exemplo de vida desses eremitas e pelo culto a Nossa Senhora, veio a juntou-se-lhes um Inglês chamado Simão Stock. Simão Stock veio a ser eleito superior geral da ordem dos Carmelitas, num altura em que esta era objecto de inveja de outras ordem e passava por algumas dificuldades. Consta que, no dia 16 de julho de 1251, quando Simão Stock estava a rezar e a pedir a intercessão de Nossa Senhora para a sua ordem do Carmelitas, esta lhe apareceu e lhe entregou um escapulário que seria o símbolo da ordem dos Carmelitas e que, serviria de protecção na hora da morte àquelas que o usassem.

O culto a Nossa Senhora do Carmo e ao escapulário, tornou-se conhecido e venerado em toda Europa e depois em todo o mundo, merecendo a aprovação e certificação da Igreja e de alguns Papas. O Escapulário é ainda hoje um símbolo da Igreja semelhante ao terço Por essa razão a imagem de Nossa Senhora do Carmo é apresentada, em qualquer parte do mundo com um escapulário.

bentinhos CorgasQuando visitarem a capela das Corgas ou qualquer outra onde exista o culto mariano a Nossa Senhora do Carmo, verão que da sua mão, bem como da mão do menino Jesus, pendem dois pedaços de tecido, unidos por um fio e que os fiéis usam em volta do pescoço. As pessoas das Corgas chamam-lhe bentinhos e muitos usavam-nos ao pescoço.



Festa Corgas No dia da festa a imagem de Nossa Senhora do Carmo percorre as ruas da aldeia. Logo pela manhã é levada a acompanhar a recolha das fogaças. Nas Corgas as ofertas populares para a festa são recolhidas por ruas e reunidas em andores de madeira, transportados em ombros por homens da rua, em cortejo que antecede a missa solene. No fima da missa o povo aclama a imagem de Nossa Senhora em procissão a qual termina com o cântico de alguns versos alusivos à ocasião e á solenidade.

(Texto de Carlos Farinha- 28 Agosto 2013)






RANCHO FOLCLÓRICO

Rancho Resineiros Corgas Em Maio de 1999, sob impulso de um resineiro das Corgas, nasceu um grupo formado com intenção de atuar na festa de verão. O sucesso na festa foi tão grande, que o rancho decidiu dar continuidade às suas atuações e a partir de então foi sendo cada vez mais solicitado.

Retrata diversas modas e costumes da aldeia, mas como o nome indica não poderia deixar de recordar aquela que foi a atividade dominante na zona serrana em que se insere: a recolha de resina. Nalguns dos seus temas são mostrados o balde em que era recolhida a resina, assim como os canecos de barro colocados no tronco dos pinheiros e a espátula com que eram despejados. Há meio século, o distrito de Castelo Branco produzia um décimo do total de resina entrada nas fábricas de destilação em Portugal e gerava uma receita anual calculada, à época, em 17 mil contos de réis.

Rancho Resineiros Corgas O Rancho das Corgas promove as músicas tradicionais da região. O Rancho das Corgas tem cada vez mais músicas nova, mas recolhidas de pessoas que as foram transmitindo de geração em geração.
O nome de algumas músicas: Pomba caiu o mar, Amor do meu coração, Corridinho e Resineiros. As músicas são mais de vinte O rancho das Corgas é um rancho que corre todas as aldeias, as vilas, as cidades e as capitais do país.

Rancho Resineiros Corgas É assim o rancho das Corgas, alegre muito participativo.
O rancho das Corgas é ensaiado pelo Senhor Marcolino. São oito pares a dançar ao som da concertina, pandeireta, reco-reco, ferrinhos, acompanhados pelas vozes da D. Irene e do Sr. Ramiro.
É um rancho formado há muitos anos, mas esteve inactivo e só agora começou de novo a sua actividade


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