Usos e Costumes


MEZINHAS

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Extraído do livro de M. Assunção Vilhena, Gentes da Beira-Baixa (Aspectos etnográficos do Concelho de Proença a Nova)


HABITAÇÃO - CARACTERIZAÇÃO

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TEAR OU TECELAGEM

Tear Tecelagem é o ato de tecer, entrelaçar fios de trama (transversal) e Teia (português europeu) ou urdume (português brasileiro), ou urdidura, (longitudinal) formando tecidos.
Tecidos produzidos no processo de tecelagem (também conhecidos como tecidos planos ou de cala) não podem ser confundidos com tecidos de malha. Nos tecidos planos há somente duas posições possíveis para os fios de trama: ou ele passa por baixo ou passa por cima dos fios de urdume.
O processo de tecer pode ser resumido em três operações:
1.Abertura da cala: operação para selecionar os fios de urdume formando uma manta de fios mais baixa e uma manta mais alta
2.Inserção da trama
3.Batida do pente
Os desenhos básicos dos tecidos são três, a tela também conhecido por Tafetá, a sarja e o cetim. Tecidos do tipo jacquard onde o urdume é controlado fio a fio é um processo no qual é possível construir desenhos complexos. O que determina os tipos de entrelaçamento do fio é chamado de Debuxo (português europeu) ou padronagem (português brasileiro), e é realizada pela seleção dos fios de urdume que sobem ou que descem para a formação da cala.
A Tecelagem pode ser artesanal (tecelagem manual), utilizando-se de teares manuais ou em processo industrial, com teares automáticos.


A DESFOLHA (DESFOLHADA) DO MILHO

A desfolha do milho Todos os anos, no final do verão, depois de apanhar o milho, procedia-se à desfolha. Era um processo em que se retiravam as folhas que envolviam as espigas. Habitualmente essa tarefa tinha uma faceta comunitária, ie, as pessoas entreajudavam-se umas às outras.
Era um momento bastante aguardado e desejado pelos jovens. Podia-se prolongar pela noite dentro. Todos esperavam expectantes, encontrar uma espiga preta. Isso significava que quem a encontrasse podia beijar uma rapariga ou um rapaz. Por vezes, no final até se dançava.










PÁSCOA- ESPERAR NAS ENDOENÇAS

Mães faziam bolsas de pano para as filhas/os colocarem amêndoas que pediam às pessoas que vinham de Proença, das cerimónias religiosas da 6ª feira santa. Depois faziam uma espécie de competição, para ver quem conseguia obter mais amêndoas.


CAPELAS

Capelas Susana Guedelha Coroas feitas de plantas/flores silvestres, com o mesmo nome, que as mães faziam. No dia de S. João as crianças iam para a escola com elas colocadas na cabeça, embelezadas com outras flores, apanhadas nos jardins.








ACOMPANHAMENTO

Nos casamentos e batizados, os vizinhos moradores na rua dos noivos, ou crianças que eram batizadas, tomavam o pequeno-almoço nas casas dos homenageados e acompanhavam-nos, a pé, até à igreja da aldeia.


PARTIR O BURRO

Partir o Burro na Aldeia das Corgas Por alturas de … os jovens do sexo masculino reuniam-se para atribuir, de forma simbólica, partes do corpo de um burro, pelas jovens da aldeia, de acordo com as suas características. A expectativa das jovens era grande, sobretudo para saberem a quem era atribuído o sexo do animal.





MATANÇA DO PORCO

Matança do porco na Aldeia das Corgas Tradição é tradição e como tal tem de se manter. Uma delas é a Matança do Porco e como em todas as aldeias por Portugal a fora, as Corgas não foge à regra.
O dia da matança começa pela manhã, com o frio típico da época.
As várias tarefas são divididas pelos homens e pelas mulheres, onde a boa disposição reina entre todos. Os homens encarregam-se de matar o porco, limpam-no e penduram-no até ao dia seguinte que é quando se desmancha a carne.
Quanto às tarefas das mulheres, estas tratam do almoço, que é muito importante e lavam as tripas do porco que depois vão ser usadas para fazer o fumeiro.
E aqui também diz a tradição que têm de ser lavadas em água corrente.


MAGUSTO

Magusto na Aldeia das Corgas Especialmente a rapaziada nova, no dia de todos os santos, reunia-se à volta de uma lareira ao ar livre, feita de caruma. E assim assavam as castanhas oferecidas pelos participantes.







BRINCADEIRAS DE CARNAVAL

1-ESCONDER OS CARROS DOS BOIS
Por altura do Carnaval, sobretudo os jovens, levavam vários carros de bois, durante a noite, para locais inóspitos e de difícil acesso. Os aldeões mais renitentes, indignados e refilões eram os principais visados e cujos carros eram colocados nos sítios mais complicados.
2-TROCAR ANIMAIS DOMÉSTICOS
3-ESCONDER VASOS DAS FLORES


LAREIRA DE NATAL E ANO NOVO

Na noite de Natal são colocados cepos (raízes de árvores), previamente localizados e guardados, a arder no largo da igreja velha, para “aquecer o menino Jesus”. A lareira prolonga-se, ou reativa-se na noite da passagem de ano. Esta tradição era feita pelos rapazes. Começou por ser transportado nos carros de bois e mais recentemente nos tratores.


CASAMENTOS, BATIZADOS, NASCIMENTOS

1-A QUARTA
Oferta em víveres (pão, milho, carne fumada, etc.) dos convidados dos casamentos, aos noivos. O intuito era um empurrãozinho para o início de vida conjugal. 2-O CESTO
Os convidados dos casamentos levavam para a boda vários géneros alimentícios (enchidos, presunto, galinha, arroz, massa, etc.), de forma a ajudar a família em festa.
3-A VISITA
Pela altura do nascimento dos bebés, os Amigos e familiares visitavam os recém nascidos e levavam algumas ofertas em víveres???
4-OFERTA DE OVOS PELOS CASAMENTOS
Os vizinhos da mesma rua ofereciam ovos para os pais dos noivos fazerem os bolos
5-OFERTA DE BOLOS PELOS CASAMENTOS
Os pais dos noivos retorquiam oferecendo aos vizinhos com filhas/os solteiros, os chamados bolos dos casamentos. Todos os rapazes ou raparigas solteiras/os da aldeia, não só recebiam também um bolo do casamento, como obrigatoriamente eram convidados para a boda.

Desfolha do milho, que se prolongava pela noite dentro ,todos a espera de encontrar uma espiga preta, para beijar a rapariga ou o rapaz, no final até se dançava nas corgas também se cantavam as janeiras.