Histórias e Lendas

A LENDA DA SENHORA QUE ORDENAVA PADRES

Antigamente, havia uma senhora que ordenava padres, principalmente os pobres. Um dia ela morreu, e na casa onde ela morava começou a haver barulhos. Ninguém podia lá entrar, lá nem os vizinhos tinham descanso.
Um dia veio um padre para visitar a senhora, pois não sabia que ela já tinha morrido. Pediu a chave de casa e começou a ler um livro, e então surgiu uma voz que dizia “O que é que estás aqui a fazer meu malandro, eu já levava metade da gente desta cidade virada para o meu lado”. Até esta altura as pessoas pensavam que era a alma da mulherzinha e muitas deixavam-se ir pelas vozes que surgiam na casa, visto que a mulher era muito boa. Mas, a partir daí, o padre disse para as pessoas não acreditarem, porque era o pecado que á andava para atentar as almas.
CONTOSMITOS E LENDAS DA BEIRA
José Carlos Duarte Moura

O PASTOR E A MOURA

Rancho Resineiros Corgas Nas Corgas havia um pastor que costumava ir com as cabras para uma serra. E um dia andava lá com as cabras e apareceu-lhe uma mulher, e disse para ele: “Você podia-me dar a sua corna com leite para os meus filhos?”O homenzinho pegou na corna e foi ordenhar a sua melhor cabra.
Quando acabou de urdinhar a cabra, pegou na corna e deu-a à mulher, ela disse para ali a guardar um bocadinho, que ela já lhe vinha trazer a corna, e desapareceu pelo bale. Quando voltou entregou-lhe a corna, disse obrigado e foi-se embora. Quando o pastor olhou para a corna ficou todo chateado e disse: “Dei o leite, e agora aquela vaca traz-me a corna toda suja”. E vai lavar a corna a uma nascente que por ali havia. Mas primeiro despejou os carvões que tinha dentro, lá para trás de uma moita. Quando acabou de lavar a corna ela começou a brilhar muito, e ele viu logo que era ouro, foi acorrer ver onde ele tinha entornado o resto, para apanhar, mas tinha desaparecido. Dizem que eram os mouros, que aqui andavam e quando pediam alguma coisa a alguém agradeciam com ouro.
CONTOSMITOS E LENDAS DA BEIRA
José Carlos Duarte Moura

A CASA ASSOMBRADA

Havia um casal que morava num vale. A uma certa altura o marido morreu, e sem filhos a mulher ficou sozinha. Passado um tempo ela morreu também. A casa ficou fechada. Um dia passou lá uma pessoa do povo vizinho e deparou com tudo aberto, entrou e lá estava tudo desarrumado, roupa pelo chão, etc. No início pareceu-lhe que a casa tinha sido roubada visto que era uma casa sozinha num vale.
Mas de repente começou a ouvir barulhos estranhos e vento dentro da casa, mas não ligou, fechou as portas e foi-se embora. Quando chegou à aldeia contou o sucedido, ninguém quis acreditar, puseram pés a caminho e foram lá. Quando lá chegaram estavam as portas abertas, entraram e viram. De seguida arrumaram tudo e fecharam as portas. Mas passados alguns dias, tornou a passar lá gente e viu tudo aberto, a casa desarrumada e os mesmos barulhos. Cena esta se foi repetindo, tentavam fechar as portas e janelas mas não conseguiam, e por cada vez que lá passavam a roupa estava sempre espalhada pelo chão. Dizem que era o Diabo que lá andava, e que fazia aqueles barulhos esquisitos para apanhar almas.
CONTOSMITOS E LENDAS DA BEIRA
José Carlos Duarte Moura

PONTE PARA VALE DA LOUSA

Ponte para o Vale da Lousa A ponte do Vale da Lousa ligava a margem esquerda à margem direita da Ribeira da Isna, percurso Corgas- Vale da Lousa.
Esta fotografia, tirada em Dezembro de 1983, mostra bem a robustez da construção. A ponte ainda está intacta e submersa, afastada uns 20 ou 30 metros do açude da barragem das Corgas. Através do arco e ao fundo, vê-se a junção do Ribeiro da Zebreira com a Ribeira da Isna e, nas pedras mais próximas, a erosão milenar da água.
Por cima desta ponte passaram muitos carros de bois e mais tarde, pesadíssimos camiões carregados de madeira e de resina, vindos dos lados do Vale da Lousa e que passavam pelas Corgas em direção a Proença.







PONTE PARA A AZENHA DO BARBEIRO

Ponte para a Azenha do barbeiro A ponte que ligava à azenha do barbeiro, ruiu há muitos anos. Esta foto é uma montagem. A verdadeira, era um pouco mais baixa, mas a traça era semelhante. Pela ponte da azenha do barbeiro, passaram, há mais de cinquenta anos, muitos carros de bois carregados de uvas, abóboras, milho em espiga, lenha, fenos, pela encosta acima até à Selada. Curiosidade, quando a ponte caiu estava a acabar de passar um carro de bois carregado de milho e abóboras.

Ainda houve tentativas de reconstruir a ponte, mas havia muita oposição por parte de outros proprietários da ribeira que andavam constantemente em litígio com o barbeiro.